Texto originalmente postado na página Conexão Planeta.
Com o surgimento da pandemia e o início da quarentena provocada pelo novo coronavírus, fomos forçados a concentrar nossa rotina em espaços fechados. Todos nós temos percebido a falta que faz estar do lado de fora.
Em junho de 2020, o programa Cidades Globais, da Universidade de São Paulo (USP), realizou a pesquisa Emoções Momentâneas para estudar como a pandemia vinha alterando a relação com os espaços públicos em São Paulo.
Estar em contato com a natureza foi um dos aspectos que mais as pessoas disseram sentir falta. Houve, consideravelmente, uma valorização pelo estar do lado de fora e um desejo de ocupar os espaços públicos da cidade.
A pandemia deixou ainda mais evidente a urgência da reflexão sobre a nossa relação com o mundo natural.
Estamos, hoje, sentindo na pele o que as crianças já experimentavam mesmo antes da pandemia: um certo tipo de confinamento físico e social, com poucas oportunidades para usufruir dos espaços ao ar livre, com reflexos negativos em sua saúde e desenvolvimento, como baixa motricidade, excesso de peso e mal estar emocional.
O poder dos filmes
Reprodução do documentário O Começo da Vida 2, da Maria Farinha Filmes
Como fomentar, neste contexto pandêmico, e em cidades que muitas vezes não dispõem de uma malha verde acessível e distribuída de forma igualitária, a relação das crianças com a natureza?
Um bom jeito de começar é colocando o tema em pauta e criando ferramentas que possam sensibilizar e gerar reflexões.
Filmes são poderosas ferramentas nesse sentido. Histórias bem contadas nos tocam, nos ajudam a visualizar o mundo que queremos, porque visualizar e enxergar, é uma motivação de onde queremos chegar e nos dá força para ir adiante.
Mas como podemos aumentar o grau de engajamento das pessoas para que, uma vez sensibilizadas, consigam ir para a prática?
É preciso apontar caminhos e oferecer soluções possíveis de serem aplicadas no dia a dia para, aos poucos, ir mudando nossa realidade. Recentemente, a Maria Farinha Filmes lançou o filme O Começo da Vida 2 Lá Fora, que revela a urgência de se repensar a nossa relação com o mundo natural e levando em conta os benefícios que a conexão das crianças e adolescentes com a natureza traz.
Mais natureza na vida das crianças
Reprodução do documentário O Começo da Vida 2, da Maria Farinha Filmes
Associado ao filme, nós, do programa Criança e Natureza, criamos um convite a ação. Tanto em nosso site quanto no site do filme, é possível se inscrever para receber uma série de dicas práticas e fáceis de realizar, que permitem incluir mais natureza na vida das crianças em casa, nas escolas e nas cidades.
Os conteúdos estão divididos por área de atuação: famílias, educação, cidades, saúde, conservação da natureza e gestão pública. A partir da escolha que fizer, a pessoa recebe uma série de e-mails com sugestões de atividades e conteúdos.
Fica aqui o convite para que todos assistam ao filme, que está disponível no Netflix e nas principais plataformas digitais (YouTube, iTunes, Google Play, Now e Vivo Play, além do VideoCamp*), e fortaleça o movimento Criança e Natureza se inscrevendo em uma das trilhas, para que juntos possamos oferecer uma vida de mais saúde e bem estar para todas as infâncias e para o planeta.
Reprodução do documentário O Começo da Vida 2, da Maria Farinha Filmes
Fotos: Rinaldo Martinucci (destaque) e reproduções
Laís Fleury
Mãe da Alícia e da Lia, é co-fundadora da Associação Vaga Lume, e reconhecida como empreendedora social pela Ashoka desde 2003. É coordenadora do programa Criança e Natureza do Instituto Alana, e pós-graduada no tema “A vez e a voz das crianças: escuta antropológica e poética das infâncias”