Você sabe onde estão os seus?
Desde que os experimentos químicos foram capazes de reproduzir imagens duradouras nas placas metálicas e a humanidade experimentou a possibilidade de registrá-las para a posteridade, as fotografias passaram a ocupar um espaço na sociedade.
Ao longo do tempo, e com a evolução mecânica, as máquinas passaram a ser um tanto mais fieis nos registros, para se tornarem posteriormente mais portáteis e, portanto, mais populares.
Agora, em tempos digitais, as câmeras ocupam lugar de destaque em nossos aparelhos celulares, equipamentos de segurança e computadores. Fotografar ganhou “status” de documento oficial e até nossas multas de trânsito são ilustradas, em preto e branco, com uma imagem fotográfica de nossa infração.
Entretanto, o que desejamos é acariciar nossa vivência com os álbuns de fotografias que habitam, em geral, o fundo de nossas gavetas e de nossas memórias. Vamos até eles?
Os álbuns e seus valores
Álbuns de fotografias são uma espécie de armazém de recordações, aberto 24 horas. Cada pequeno invólucro de plástico, onde inserimos cuidadosamente cada uma das fotografias que farão parte da coletânea, traz consigo uma fração de uma história vivida e que não desejamos que se apague.
No brilho dos momentos positivos fomos capazes de produzir “negativos”, que permitem aos nossos olhos passear pela nossa história remota, e a cada vez que são revisitados, nos trazem novas “revelações” sobre o que somos e como somos constituídos.
Registro e memória dos álbuns fotográficos
Os primeiros momentos de vida, os batizados e os aniversários. Quem sabe a primeira viagem ao litoral ou ao campo, as formaturas dos anos iniciais e os colegas de classe. Frações de nossas vidas subdivididas em 12, 24 ou 36 poses.
Neste contexto, quando manuseamos nossos velhos álbuns (ou dos novos também), o que estamos realmente fazendo, além de rever as imagens registradas destes momentos importantes de nossas vidas, é buscar nos registros e na nossa memória, as sensações que eles nos remetem.
Esta consulta nos oferece uma caminhada rápida pelas trilhas que construímos ao longo do tempo para nos reencontrarmos com os lugares, as pessoas e com nossos sentimentos mais profundos. É o registro de nossos afetos de forma impressa.
Quanto custa um álbum de fotografias?
Nas papelarias ou nas boas casas do ramo podemos encontra-los ainda, aos muitos, com uma variedade infindável de formatos, tamanhos e preços. Na verdade, isso diz muito pouco sobre seu real valor.
Em cada gaveta, em cada caixa de sapatos, em cada prateleira sempre há de haver espaço para nossos queridos álbuns, prontos para receberem o toque de nossas mãos e nos retribuir com um abraço apertado em nossas lembranças. Eis aqui o quanto valem de verdade.
Você sabe onde estão seus álbuns?
Este é um convite que fazemos a vocês, para que visitem seus armários em busca daqueles pequenos livretos recheados de saudades. Abram-nos e repisem o solo de seus sentimentos guardados por entre pequenos plásticos. Observe a magia que existe em fazer caber a história de uma vida inteira numa pequena coleção de imagens.
Mesmo que eles estejam armazenados na “nuvem”, num “pen drive” ou nas memórias de nossos aparelhos, a intenção é que conectemos os álbuns às nossas próprias memórias para que seja tecido um emaranhado de fios de sentimentos.
Este exercício entregará a noção exata do valor neles contidos, porque estimulam nossas lembranças, reacendem sentimentos, nos permite viajar no tempo e nos espaços, para nos oferecer a possibilidade de um reencontro feliz com aquilo que somos, com lugares por onde passamos e com a trajetória que ousamos viver.
Faça isso. Vá passear de mãos dadas com sua história, reencontre-se com o ser criança ou jovem que um dia foi.Abrace seus entes queridos que ali ainda habitam, ainda que distantes ou ausentes. Porque se você sabe onde estão armazenados os sentidos de nossas vivências…
…você sabe onde estão seus álbuns.