Temos para nós que as narrativas ecoariam dos materiais que as sustentam tijolos, cimento, blocos e trariam conversas que foram entrelaçadas entre desejos, sonhos, angústias, possibilidades, suspiros, choros, alegrias e realizações…
As paredes nos contariam sobre a vida que se viveu aqui. Vida que se estendeu nas crianças que habitam outros espaços, mas também estiveram na casa Diálogos indiretamente.
Cada professora ou professor que entrou por essas portas de vidro, carregava no peito suas crianças e a esperança em dias melhores. Cada qual buscou nesta casa, casa de professor, respostas às inquietações que mais lhe aplacavam no momento.
As paredes nos contariam, emocionadas, sobre o que viram, certamente, as mesmas também notaram, por mais de uma vez, as lágrimas escorrendo entre as faces sensíveis dos professores que aqui estiveram. Lágrimas carregadas de esperança dos que pulsam a vida e vivem todos os dias no chão da escola.
Já as paredes da cozinha, bisbilhoteiras que só, denunciariam sobre uma escapada que demos em meio aos chocolates que insistiram sair do armário para compor nosso corpo. Mas contariam também sobre o dia em que educadoras prepararam tintas caseiras e resgataram a própria infância nesse lugar.
No andar superior da casa Diálogos, as paredes acolheram planos. Planos que consideravam você, professor! Desde sempre, nós duas (e as paredes!) soubemos que essa casa seria um espaço de responsabilidade com a educação. Não como um trabalho, mas como um dever com você, com as crianças e com a humanidade.
As paredes de nossa sala, virou/mexeu, nos lembram que esse local é uma usina de ideias. Nos dão escuta e sustentam nossos sonhos. Sonhos divididos com as demais pessoas que fazem da Diálogos o que ela é. As paredes da sala de Eduardo e Marcos são mais racionais que as paredes de nossa sala e sempre colocam nossos pés no chão. As paredes a sala de Angélica e Ana são criativas, exalam cores, formas e design. Exalam também o comprometimento com os associados da Diálogos embalados, entre uma parede e outra, e-mails são respondidos e kits são preparados.
Há paredes leitoras também, essas vivem antenadas entre os lançamentos que passam a fazer morada nas prateleiras da livraria.
Enfim, falar sobre 2018, do ponto de vista das paredes, é falar sobre a escolha de nossa vida. Durante (quase!) 365 dias estivemos aqui compartilhando escuta, saberes, diálogos, leituras, escrita, aspirações, TPM´s (caro professor, as paredes, sábias que são, também notaram esses dias menos produtivos!) e, em especial, o compromisso com você.
Por você e pra você. Por elas e para elas – as crianças.
Que sigamos juntos, tendo as paredes de muitas casas, escolas, nos acolhendo como parceiras de profissão e nessa grande missão que é a Educação.