Pensar a metodologia do Desemparedamento da Escola como uma proposta de trabalho a partir das experiências da rede municipal de Jun- diaí iluminou um percurso significativo de aprendizagens. Trilhas foram abertas como caminhos para olhar o currículo jundiaiense sob a ótica das possibilidades de ensino além dos muros da escola e, ao mesmo tempo, do reconhecimento das infâncias de nossos meninos e meninas.
Planejar os espaços e as práticas pedagógicas, considerando as moda- lidades de Desemparedamento da Escola – “Natureza/Ambientes ao Ar Livre”, “Cidade Educadora” e “Tecnologia Digital” –, impulsionou-nos a pensar a VII SAP (Semana de Atualização Pedagógica), em fevereiro de 2024, valorizando as experiências desenvolvidas pelos educadores das escolas municipais.
Poder evidenciar a qualidade das interações e das vivências nos pro- jetos pedagógicos das escolas e explicitar o quão relevantes foram as formações realizadas nos últimos anos na Unidade de Gestão de Educa- ção permitiu que mais uma vez comprovássemos que o movimento de ação-reflexão-ação se faz presente no cotidiano dessa rede.
Esse diálogo que apresenta o conhecimento profissional a partir da formação, reunindo teoria e práticas efetivas, fortaleceu nitidamente as escolas que, com muita propriedade, assenhoram-se da metodologia, hoje fundamentada na publicação Desemparedamento da Escola: a qua- lidade do ensino nos contextos do Programa Escola Inovadora1.
Durante a VII SAP, mais de duzentas vivências foram realizadas nas escolas municipais, em todos os segmentos, na Educação Infantil I e II (Creche e Pré-escola), no Ensino Fundamental I (Anos Iniciais) e na Educação de Jovens e Adultos, o que mostra a unicidade e o desejo de partilha, apresentando para toda a comunidade educativa um trabalho que reverberou na vida de nossos estudantes.
As experiências das equipes gestoras e dos educadores, em todas as escolas, apresentaram-se nos diferentes eixos do Programa Escola Ino- vadora; a saber: na ambiência escolar, na formação dos educadores e na qualidade do ensino.
O trabalho primoroso de preparar a escola para receber os profissio- nais da rede, visivelmente estampado, trouxe a certeza de que o Desem- paredamento da Escola habita as práticas.
As experiências relatadas neste livro representam as práticas potentes realizadas por toda a rede, até o presente momento. Esperamos que vocês, educadores, enxerguem-se e se encontrem nesta nova publicação da me- todologia do Desemparedamento da Escola com a devida valorização do trabalho, pois não há trabalho reconhecido sem uma rede ativa.
As trilhas que começamos certamente nos levarão a outras, porque sabemos que, a cada ano, a escuta, a vez e a voz da escola – de estudantes e educadores – nos farão pensar em novas possibilidades, novas formas de pensar as infâncias, novas perspectivas de pensar as aprendizagens e de conduzir o desemparedamento, rompendo muros por uma educa- ção disruptiva. Educação que considere a vida de todas as pessoas que acreditam que esta liberta, transforma e produz novos conhecimentos.
Costumo dizer que a escola é um farol no território! Os relatos aqui apresentados, em nome de todas as escolas que compartilharam suas práticas desemparedadas, representam também uma luz, um lampejo de inspiração. Espero, profundamente, que essas inspirações produzam estímulos e influências no caminho da qualidade do ensino para a equi- dade social, em nome de uma sociedade mais justa e de uma formação integral para nossos meninos e meninas, jovens e adultos, focos perma- nentes de nosso trabalho.
A vocês, queridas educadoras, queridos educadores, minha reve- rência, sempre.
