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Perguntar sobre si mesmos

Lucas Ávila

29 abr 2024

3 min de leitura

Releitura da escultura “O Pensador”, de Auguste Rodin

Sabemos que a leitura tem diversos benefícios na vida. Um deles são nos momentos quando lemos algo que nos leva a reflexões e questionamentos para a nossa própria vida. Perguntas como: de onde viemos, para onde vamos e muitas outras não têm respostas exatas ou únicas. São questões que acompanham a história.

Essas questões filosóficas são feitas muitas vezes por crianças e jovens antes mesmo de conhecerem todos os caminhos trilhados pela humanidade para tentar respondê-las.  A busca por respostas sobre nossas origens e a finalidade de nossa existência é inerente ao ser humano, que aprendeu a simbolizar o mundo pela linguagem. Nas palavras de Aristóteles, “o homem ama conhecer”, e é aí que entra a filosofia, que combina “phílos” (amor) e “sophía” (conhecimento).

Alguns podem pensar que o amor ao conhecimento serve para a evolução das pessoas, para o bem-estar da sociedade, para promover igualdade e justiça – e tudo isso é verdadeiro. No entanto, novos problemas continuam surgindo, e novas dificuldades emergem a cada transformação. Então, por que persistimos em amar o conhecimento? Em resposta simples para uma questão complexa, filosofamos principalmente pelo prazer de filosofar, de descobrir, de conhecer. Simbolizar faz parte da natureza humana, e refletir sobre o mundo é essencial, pois somos humanos.

A filosofia não se ocupa da verificação de fenômenos como a ciência, nem das formas como as artes, nem da coletividade como a política, ou da atribuição de poder a entidades divinas como a religião. No entanto, ela está na base de todas essas ramificações tão importantes do conhecimento.

Perguntas filosóficas, como o significado das transformações científicas do mundo contemporâneo ou a necessidade do ser humano pela arte, podem ser encontradas em numerosos textos literários. A conexão com a natureza, com as origens, com a história e com a arte é fundamental. Esses temas devem fazer parte da formação, pois refletem suas inquietações sobre a própria existência desde os primeiros anos, e claro, cada reflexão a seu tempo.

Respeitando a capacidade de abstração das diversas faixas etárias, é possível trabalhar reflexões filosóficas, da história e da arte desde a educação infantil. No ensino fundamental, temas relacionados à ética, que contribuem para o desenvolvimento da personalidade moral, podem ser explorados por meio de leituras de histórias vinculadas a diferentes tradições culturais e de fábulas. Essas narrativas são destinadas a transmitir mensagens para reflexão e podem inspirar conversas sobre atitudes e valores presentes na convivência cotidiana.

Com o passar dos anos, é possível recomendar a leitura de livros que provoquem o estranhamento ao narrar acontecimentos que desestruturam a ordem previsível das coisas ou ao mesclar à narrativa questionamentos sobre realidade e ficção, tempo e eternidade, vida e morte.

Como a filosofia, as ciências e as artes caminham juntas na abordagem de questões como a evolução do universo e a origem da vida, professores podem propor situações em que os estudantes ganhem familiaridade com essa interconexão. Essas indagações filosóficas, presentes desde a infância, são essenciais para a formação das crianças, levando-as a refletir sobre a própria existência e a sociedade.

Vamos conversar sobre isso? Conte-nos as suas experiências!

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