“Todo mundo é um gênio. Mas, se você julgar um peixe por sua habilidade de subir em uma árvore, ela vai passar a vida toda acreditando que é estúpido.” Einstein
Que a escola tradicional está, há tempos, ultrapassada já sabemos. Que ela é pensada para homogeneizar, alienar e excluir também já sabemos. Nesse modelo, diferentes formas de aprender, diferentes tempos, diferentes inteligências não são valorizados ou sequer respeitados. As crianças que não se encaixam num padrão supostamente correto, ainda que bem novinhas, são taxadas e começam a se achar burras, preguiçosas e não capazes.
Esses dias, vi num clarão, um alcance da nossa proposta de educação que nem eu tinha me dado conta.
Foi pedido a um de nossos grupos que pensassem em atitudes suas que eles consideravam boas ou ruins. No meio da conversa sobre essa “tarefa” umas das crianças diz: “É tão difícil pensar em bons comportamentos”. Eu, imaginando que ela estava achando difícil encontrar qualidades em si mesma, concentro minha atenção naquela conversa; e ela continua… “Eu faço tanta coisa boa. Sou boa com a minha mãe, ajudo as pessoas, cuido dos bichinhos, etc, etc…” Incrível! Não era difícil pensar em boas atitudes – sua auto-estima e auto-confiança estavam tão “em alta” que ela estava era com dificuldade de escolher. Mas porque estou escrevendo sobre isso? Essa é uma criança que tem seu próprio tempo, seu próprio ritmo e estilo para aprender. Se estivesse numa escola tradicional já teria sido classificada como “dificuldade de aprendizagem, déficit de atenção” ou outro “label” da moda. Tal como já vi tantas outras crianças ela provavelmente já diria coisas como: não sei, não posso ou não consigo… pois a teriam feito acreditar que o fato dela ter um jeito diferente de aprender a fazia menor… Mas o tempo dessa criança foi respeitado, seu estilo valorizado e, hoje, a única coisa que ela parece não conseguir é escolher entre tantas qualidades que tem! Ó uma coisa boa!
Andressa é educadora, fundadora da escola WISH, mãe da Isabella de 12 anos, eterna curiosa, apaixonada por novas experiências, se arriscando na escrita.