ESCOLAS RURAIS OU ESCOLAS DO CAMPO
Você sabia que as escolas rurais representam quase a metade do total das escolas brasileiras, e que elas abrigam apenas algo em torno de 13% dos estudantes?
Suas ofertas, seus desafios, seus cotidianos são absolutamente diferentes das escolas urbanas e, na maior parte das vezes, optar por uma escola rural não está diretamente ligado à filosofia adotada, mas sim pela facilidade ou necessidade geográfica.
Os desafios das escolas rurais
Pelo simples fato de estarem afastadas dos grandes centros, as escolas do campo passam por uma sequência bastante significativa de desafios e dificuldades.
Dentre os principais podemos destacar a evasão escolar, que se dá tanto pelo movimento de êxodo rural, como também da importância da utilização da mão de obra dos jovens na composição da renda das famílias.
Também experimentam uma condição estrutural ainda bastante deficiente se comparadas às escolas urbanas, com número bem reduzido de salas de aula, dificuldades de comunicação, instalações precárias ou impróprias.
Entretanto, não só de problemas são constituídas. Quando cremos que a escola não é (nem pode ser) um depósito de crianças, mas que deve ser um espaço de convivência, aprendizagem e possibilidades, as escolas do campo são detentoras de uma riqueza extraordinária. Desde a cultura que a sua comunidade carrega até, propriamente, o seu entorno.
As mudanças em curso
Há alguns anos o Ministério da Educação vem voltando seus olhos para estas escolas e promovendo gradativamente alguns incrementos. Desde a sua denominação, que anteriormente era de Escola Rural e passou a ser chamada de Escola do Campo.
Também seus currículos, métodos didáticos e seu calendário passaram a contar com um olhar muito mais atento às suas particularidades regionais, adequando-os às realidades das crianças e as suas demandas peculiares, com a chamada Pedagogia da Alternância.
Existe também, muito recentemente, um movimento reverso de êxodo urbano, movido pelos desafios de saúde recente, e um número relevante de famílias está optando por conduzir suas vidas nestes ambientes mais próximos da natureza.
As belezas das Escolas do Campo
Envoltas em um ambiente predominantemente natural, as escolas do campo apresentam uma gama de oportunidades, especialmente para as crianças dos anos iniciais.
A possibilidade de utilização e aproveitamento de seus espaços livres, a oferta de experiências visuais, táteis, olfativas e gustativas que a vida no campo é capaz de oferecer, forma um conjunto maravilhoso de opções.
Aulas e brincadeiras ao ar livre, farto material natural, as riquezas da culinária local, e todo o conjunto de possibilidades entregam às crianças as diversas possibilidades de imaginação, criação e estabelecimento de relações mais próximas com o meio ambiente.
Enquanto as escolas urbanas buscam pequenos gotejos de condições naturais para oferecer aos seus estudantes, as escolas do campo as possuem em abundância. Árvores, quintais amplos, campos e montanhas são partes da sua composição, e devem, sempre que possível, ser inseridos nos contextos e em suas propostas cotidianas.
Com os movimentos de implantação de internet nas áreas rurais, suas realidades serão ainda melhores. A melhoria do acesso às informações promoverá novas possibilidades de aprofundamento das temáticas propostas, bem como poderão favorecer a formação dos professores.
Com a melhoria das comunicações, será possível uma maior organização e aproximação dos movimentos sociais, tão presentes na construção das temáticas das escolas do campo.
Assim, muito mais do que ser uma escola nascida da falta de opção, nos agrada a possibilidade de enriquecimento constante e gradativo de sua qualidade, para que cada vez mais se consolide como uma modalidade de escola alternativa.