O ambiente escolar – ou pelo menos a discussão sobre este espaço – mudou muito ao longo dos anos. É claro que muitas escolas ainda repetem o modelo de ensino e aprendizagem do início do século XX, mas é inegável dizer que a sociedade, de lá para cá, mudou muito. E se as pessoas e as famílias mudam, a escola muda também. A ideia de uma boa escola, principalmente para crianças, saiu de um cenário marcado por controle e obediência para um espaço que busca emocionar, inspirar, fomentar a criatividade e preservar o planeta. Nisso, professores passaram a investir em formação continuada, para se conectarem às novas tendências e metodologias. Novas práticas, conceitos, projetos, ambientes interativos também ganharam força.
Nesta escola que não é mais a mesma, a arquitetura ganhou muita importância. A escola passou a ser concebida como um ambiente que promove encontros, proporciona leveza e aprendizado. Em muitas escolas, tudo educa, do chão ao teto. É claro que a aprendizagem transcende o ambiente físico. Para isso, há também a poderosa criatividade de educadores que estão em espaços mais limitados. Muitos buscaram locais e experiências fora da escola, mas não menos educativas. Com a discussão sobre sustentabilidade, encontramos o quintal e o lado de fora, os quatro elementos e tantas outras possibilidades de se conectar ao planeta.
À medida que a sociedade amplia sua visão sobre o papel da escola, esta deixa de ser apenas um local de regras rígidas para se tornar um ambiente acolhedor, que respeita e celebra as singularidades. Um espaço que reconhece a individualidade e que celebra a coletividade. Um ambiente que nutre o desenvolvimento integral do ser humano. A diversidade, ao invés de ser vista como um desafio, é acolhida como uma riqueza que enriquece a experiência educativa. A escola inclusiva não apenas reconhece, mas celebra a multiplicidade de perspectivas, habilidades e bagagens culturais presentes em sua comunidade.
A escola destes tempos deve desafiar paradigmas, quebrar barreiras e utilizar a tecnologia não apenas como ferramenta, mas como aliada na criação de ambientes dinâmicos e interativos. A inovação torna-se uma característica essencial, exigindo uma constante adaptação às mudanças sociais, tecnológicas e culturais.
Como escrito por Edith Derdyk, no prefácio do livro “Feito Linha”, que nos embala neste mês de fevereiro a origem da palavra educação vem do latim educatĭo, e indica a ação de criar e nutrir, e ex-ducare, que significa “guiar para fora”. Esta deve ser a busca de toda e qualquer escola e educador em seu trabalho: deixar viver, deixar emocionar.
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