Houve um tempo em que grande parte das escolas considerava satisfatório aproximar-se da arte com algo simplesmente lúdico, com a utilização de pincéis, tintas e algum suporte, dando por encerrado o conceito.
Eventualmente algum educador ou educadora com algum grau de intimidade ousava introduzir noções de música. Mesmo assim, sem qualquer oferta participativa ou colaborativa para os estudantes, limitando-se à pauta, às notas musicais e os tempos. Tudo muito raso.
Ora, resumir a estes parcos ensinamentos uma questão tão complexa e rica como as manifestações artísticas e sua interação direta com a aprendizagem é perder uma infinidade de possibilidades e oportunidades, tanto para educadores como para os estudantes.
Uma abertura mais do que necessária!
Existe uma chave que pode transformar os educadores em exploradores dos movimentos artísticos para utilizá-los em seus cotidianos e assim promover o estreitamento das relações tão desejadas entre a arte e as propostas pedagógicas.
Este movimento de aproximação requer do adulto um resgate de sua própria infância e muito especialmente do rompimento das correntes que o aprisionam aos modelos mais convencionais de oferta de arte, não para excluí-los, mas para ampliá-los e aumentar o fluxo de possibilidades.
Muitas são as ramificações artísticas e em cada uma destas linguagens e é possível encontrar inúmeras subdivisões. Por exemplo: quando falamos em música, não precisamos estar tratando exclusivamente de pautas e notas (de cunho teórico), mas podemos e devemos olhar para o canto, a dança, a aproximação com instrumentos musicais.
A escuta e o protagonismo necessários (aqui também!)
Tão importante quanto a abertura das possibilidades para as infinitas formas de manifestação artística, está a escuta e o protagonismo das crianças e jovens. Esta deve ser uma conduta permanente dos educadores para todas as áreas de atuação.
A partir do momento em que possibilitamos a entrada das artes de forma mais abrangente em nossas atividades cotidianas, permitindo que haja interação e participação dos estudantes a partir de seus interesses, competências e habilidades, dando-lhes voz e espaço, então estaremos, de fato, que se apropriem de suas próprias linguagens.
Óbvio que aqui não estamos a falar de abandono das questões técnicas que envolvem o estudo da arte, mas sim, a reflexão que se espera é que os movimentos artísticos são, em geral, uma forma de comunicação com o mundo e, portanto, cada indivíduo tem sua maneira singular de expressão.
Liberdade (d)e expressão!
E não menos importante do que a ampliação dos horizontes, a escuta e o protagonismo está a liberdade com que se deve conduzir as propostas artísticas. Além de a liberdade ser um direito, o seu exercício possibilita que crianças e jovens se expressem com mais vigor e transparência.
Permitir com que se expressem por intermédio de manifestações artísticas pode ser o diferencial na construção de seres humanos mais equilibrados, livres e detentores de pensamento crítico.
Autoconfiança, criatividade, autonomia, ampliação do vocabulário, são apenas alguns exemplos de questões que podem ser trabalhadas a partir da exploração das artes nos cotidianos escolares.
Devemos entender a arte como linguagem!
Temáticas infinitas para a arte
Precisamos estar prontos e com nossas mentes e corpos abertos para o novo e para o inédito. Porque sabemos que as emoções nascidas das dores e dos amores da vida, a partir da liberdade de expressão ofertada, poderemos ser apresentados a toda e qualquer tema que envolva nossa vida em sociedade.
Basta percebermos as diferentes emoções que encontramos ao assistir a em apresentação de dança: “O Lago dos Cisnes” e toda a leveza do ballet clássico, ou a uma apresentação de “Tango Argentino” com todo seu vigor e sensualidade. Diversidade.
Esta pluralidade que as artes possibilitam é um espaço amplo e fértil para qualquer manifestação, reflexão e discussão sobre as questões que envolvem a vida humana, nossas relações e inter-relações.
Ainda há muito mais a se saber
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Sob a edição da Zouk Editora, e de autoria de Susana Rangel e Rodrigo Saballa, a obra é um tratado sobre todas as questões que envolvem a arte e sua participação direta nas aprendizagens de todos nós.
Uma visão detalhada, ampla e documentada sobre todas as possibilidades de utilização e oferta de ambientes, materiais e nuances artísticas capazes de transformar nossa visão, nossos conceitos e nossa forma de agir interagir diante das manifestações artísticas.
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