Cartografar é traçar um plano comum, diz Virgínia Kastrup.
Para escrever sobre o livro de agosto, eu acrescentaria às palavras de Virgínia Kastrup, a preposição em. Cartografar é traçar um plano em comum.
E assim aconteceu.
Durante alguns encontros, presenciais e virtuais, um grupo de educadoras traçou a própria rota e pôde viver e entregar-se ao “estado ateliê”.
Olharam para os pequenos e importantes detalhes que compõem o dia de cada uma e, em especial, para as suas próprias casas.
O interior da casa e, vez ou outra, um pequeno quintal tornou-se o percurso de caminhos inéditos. Ganhou vida, transformou-se em laboratório.
O que antes não era percebido, passou a ter um lugar, uma intensidade.
Objetos foram entendidos como verdadeiros afetos. Outros tantos, tornaram-se mais íntimos e outros ainda foram descartados.
O grupo de educadoras viveu (e ainda vive) essa entrega de “estar ateliê” no período de recolhimento social. Aproveitaram esses encontros como meios de presença. Estruturaram conhecimentos e entrelaçaram, literalmente, os seus próprios caminhos.
A obra de Raissa Cintra e Rayssa Oliveira é um convite ao mapeamento de nossas próprias rotas.
Assuma a direção de sua vida, refaça os percursos, se necessário, e leia as imagens, palavras, texturas e o que está nas entrelinhas deste material belíssimo.