No cenário educacional contemporâneo o conceito “mão na massa” transcende a simples expressão idiomática, tornando-se uma filosofia pedagógica que valoriza a experiência prática como catalisadora do aprendizado. Este princípio encontra suas raízes em abordagens pedagógicas como o construtivismo e o construcionismo, que fundamentam a ideia de que o conhecimento é construído ativamente pelo aprendiz.
O construtivismo, associado a teóricos como Jean Piaget, destaca a importância de ações práticas e interativas no processo de aprendizagem. Já o construcionismo, desenvolvido por Seymour Papert, amplia essa perspectiva ao enfatizar a construção de conhecimento por meio da criação de artefatos tangíveis. Ambas as abordagens convergem para a ideia de que a aprendizagem é mais significativa quando as crianças estão engajadas em projetos práticos e desafiadores.
A aprendizagem criativa emerge como uma consequência natural desse enfoque, promovendo um ambiente no qual os estudantes são incentivados a explorar, experimentar e expressar suas ideias de maneiras únicas. O ato de “tinkeriar”, termo que remete à experimentação e improvisação, proporciona a liberdade de criar, errar e aprender com os próprios erros.
A aprendizagem criativa, proposta por Mitchel Resnick do MIT Media Lab e fundamentada no construcionismo de Seymour Papert, é um corpo teórico dinâmico que se inspira em pensadores como Piaget e Paulo Freire. A Rede Brasileira de Aprendizagem Criativa (RBAC) é um movimento social sem limites físicos, que promove, demonstra e desenvolve a aprendizagem criativa no cenário educacional brasileiro. A rede traz a importância da imaginação, paixão, construção do conhecimento, parcerias, diversidade, valorização da escola, expressão com tecnologias e a abordagem prática e reflexiva na aprendizagem. A RBAC engloba educadores, artistas, cientistas e diversos perfis, unidos pela aprendizagem criativa.
O papel do educador neste contexto evolui para o de um facilitador, um guia que estimula a curiosidade, orienta os processos de aprendizagem e fomenta a autonomia das crianças. Essa transformação requer uma mentalidade de parceria, na qual o educador e o aprendiz colaboram na construção do conhecimento.
Os espaços e materiais de aprendizagem também desempenham um papel crucial. Ambientes flexíveis e recursos diversos incentivam a exploração e a criatividade. A integração da tecnologia, não como um fim em si mesma, mas como uma ferramenta para amplificar e aprimorar a aprendizagem prática, é uma consideração essencial.
A sustentabilidade surge como um componente intrínseco dessa abordagem, promovendo a consciência ambiental e social. A educação mão na massa, ao incorporar práticas sustentáveis, prepara as crianças não apenas para enfrentar desafios do presente, mas também para assumir um papel ativo na construção de um futuro mais equitativo e sustentável.
Uma resposta para “Aprendizagem criativa com a mão na massa”
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A aprendizagem mão na massa é um processo necessário para a educação que requer integração , capacidade de criar e transformar.
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