De professor para professor

A ESTÉTICA COMO CUIDADO...

DEBORA ZOIA

27 jun 2023

2 min de leitura

Nesse dia, percebi uma movimentação e quando cheguei perto, falei: Gente, que coisa mais linda, quem fez tudo isso?

“Nós!” C. 3a1m.

E o que vocês fizeram?

“Uma festa para ela!”

Elas organizaram uma festa para a “amiga grande” de 5 anos, uma criança do integral que todos os dias compartilha o parque após o lanche conosco.

Como sentem-se importantes com a “amiga grande”…

E a “amiga grande” com toda a sua generosidade corresponde a amizade do parque…

*Compartilhando a amizade feita pelas crianças do grupo de 3 anos com a professora da criança de 5 anos, soube que ainda estava difícil as chegadas dela à escola, por ser tudo novo: escola, professora, amigos, mas que desde o vínculo efetivado com as crianças de 3 anos , no período do integral, essa criança tem demonstrado mais bem-estar em suas chegadas, talvez, por saber que as encontraria…

As crianças de 3 anos cuidaram do ambiente, fizeram escolhas, organizaram, deram significados aos elementos, embelezaram para chamar a ‘amiga grande” para a sua festa e com isso cuidando também da relação.

É bastante difícil falar de maneira simples o que queremos dizer com dimensão estética. Uma atitude de empatia em relação às coisas ao nosso redor, talvez venha primeiro, uma aspiração pela qualidade que nos faz escolher um trabalho em vez de outro, ou uma música em vez de outra ou o gosto de uma comida em vez de outra. Isso, com outras coisas mais complicadas, é uma atitude de cuidado e atenção sobre as coisas. Então, talvez a dimensão estética pudesse ser definida como o oposto da indiferença ou do conformismo e pudesse ser definida como o oposto da falta de participação e de envolvimento. Assim, uma percepção consciente junto da presença da dimensão estética aumentaria a qualidade do processo de aprendizagem. Visto que nós, seres humanos, fazemos parte de todo um cosmo, então se perdemos a sensação de que somos parte da relação com todo o resto, perderemos algo fundamental à nossa experiência (Vea Vecchi apud MARGIE COOPER, 2010, p. 298).

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