Este é um livro para quem acredita no professor e na escola pú- blica. Para quem se orienta pela bússola da liberdade e do bem comum. Para quem defende, acima de tudo, o humano – e seus direitos. Para quem reconhece a Educação como processo inse- parável do encontro entre pessoas, de relações humanas, de co- construção do sentido de humanidade.
Reunindo textos publicados em conceituadas revistas pedagógi- cas, bem como muitos ensaios inéditos, Professores – Libertar o Futuro constrói uma ponte entre o passado da Escola e suas perspectivas de futuros. Sim, no plural, pois o futuro é uma es- colha que seres humanos, como indivíduos ou organizados em diferentes coletivos, devem fazer, dentro de um necessário e ur- gente novo contrato social.
A nova obra do pesquisador António Nóvoa pode ser entendida, assim, como reflexão lúcida, rigorosa e muito bem-organizada em torno dos temas definidos pela UNESCO e pela Organização Internacional do Trabalho para o Dia do Professor, nos últimos 10 anos. Mais do que isso, porém, é um manifesto inquestionável em defesa de uma posição que não deixa dúvidas.
“Para deixar tudo claro: o que me interessa, desde sempre, é a defesa dos professores e da sua profissionalidade, no contexto de uma valorização da escola pública e do espaço público da edu- cação. Assumo uma postura crítica em face dos discursos que diminuem ou corroem a profissão docente. Refiro-me às inter- mináveis discussões, que se prolongam há mais de meio século, sobre a pertinência de aplicar à docência o conceito de profissão: é como se estivéssemos perante um círculo vicioso que só con- tribui para rebaixar os professores. Refiro-me também às expres- sões, cada vez mais correntes, que tratam os professores como colaboradores, facilitadores ou mediadores: é como se a palavra “professor” fosse incômoda e inadequada para pessoas e grupos que pretendem diluir a profissionalidade docente”.